O Clube do Regime...40 anos de corrupção branqueada no futebol português.

O Regime do Estado Novo, também chamado de "Regime Salazarista" caiu, após cerca de 40 anos (1933-1974) de opressão e de ultra centralismo em Portugal. Esta data simbólica trouxe mudanças à vida da Sociedade Portuguesa, assim como alterou completamente e repentinamente a tendência de vitórias no futebol. O Benfica, outrora rei e senhor dos campeonatos, inexplicavelmente deixou de ganhar, o que é estranho, ou talvez não. Segundo Eusébio e Mário Coluna, as duas grandes figuras do outrora glorioso Benfica, ambos em situações distintas, ao longo dos últimos anos explicaram o porquê, à sua maneira, do SLB do tempo do Regime ser tão vitorioso. Eusébio, o Pantera Negra, que apelidava Salazar de "padrinho", foi impedido pelo próprio Salazar de sair do Benfica para ir jogar para Itália, enquanto que Mário Coluna, numa entrevista à RTP, confessou ao jornalista Carlos Daniel que de facto o Benfica era o clube do Regime. Ora, se fizermos um rápido exercício de estatística, reparamos que desde que o clube encarnado ganhou o seu 1.º campeonato, em 1935/36, até à data do 25 de Abril de '74, um período de cerca de 40 anos, o clube da luz venceu 20 campeonatos nacionais. Desde 1974 até 2012 (um período temporal mais ou menos idêntico), os vermelhos apenas ganharam 12 campeonatos, ou seja, tiveram quase uma quebra de 50% na sua rotina de vitórias, assim, repentinamente, sem mais nem menos. Curioso. O que é certo é que durante a era do Regime do Estado Novo, toda a gente sabia que o Benfica era o apelidado "clube do regime", e sem dúvida alguma que nos seus anos dourados de conquistas e vitórias, tiveram sempre a mãozinha Estatal a amparar-lhes as vitórias. Após o 25 de Abril, o Benfica foi perdendo força, as suas vitórias foram sendo cada vez mais escassas e distanciadas, o clube começou a cair a pique, até aos dias de hoje, onde tem ganho uma média de 2 campeonatos por década, nos últimos 20 anos, tendo passado por uma situação de quase bancarrota na década de 90, que só não veio a acontecer devido a um perdão estatal (mais uma vez, o Estado...) das astronómicas dívidas que tinha. Saberá o Benfica viver nos próximos tempos sem o seu amparo, ou será a continuidade da curva descendente a nível de vitórias a tendência das décadas a advir? Quo vadis, Benfica?